Alô, Letrista! Seja bem-vindx ao blog do Curso de Letras da UECE - Fortaleza! Avante?! Hoje é

Curso de Letras da UECE

Com novos tempos à vista, entendeu-se necessário criar um projeto participativo para a concentração da produção e divulgação de conteúdo universitário.

Letras - Português

"Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução..." - Machado de Assis

Letras - Inglês

"Há mais coisas no céu e na terra do que sonha a tua filosofia!" - William Shakespeare

Letras - Espanhol

"Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança..." - Oswaldo Montenegro

Letras - Francês/Português

"Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução..." - Machado de Assis

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

#Opinião | Você precisa denunciar o assédio moral!

Por Dawton Valentim
08/12/2016 - Fortaleza

Era uma estudante do Curso de Letras da Universidade Estadual do Ceará. Falava nervosa e os olhos marejavam. Tinha vindo relatar um caso de assédio moral de um professor do curso contra estudantes. Relatos desse tipo sempre foram comuns. Não é difícil encontrar um estudante de sexto ou sétimo semestre que não saiba de cor duas ou três histórias desse tipo. O professor que fez três alunas chorarem ao longo do semestre. A professora que retaliou toda a turma depois do fim da greve. A disciplina que quase metade da turma trancou por não suportar mais o tratamento antididático. 

Durante um ano e três meses, ao lado de cinco amigxs, fiz parte de uma das gestões do Centro Acadêmico de Letras Jáder de Carvalho, encerrada em 28 de julho de 2015. Nesse período, vi e ouvi casos de assédio moral em carne viva, relatados por estudantes como a que iniciou o texto: nervosos, trêmulos, olhos marejados. Esta semana, mais de um ano depois de ter sido do CA, fui abordado por duas colegas de curso com mais duas histórias do tipo. Eis o gatilho para este texto. Precisei, assim, dizer a quem quisesse ler este texto o que disse a essas colegas e a todas as pessoas que me procuraram antes delas com casos semelhantes: você precisa denunciar o assédio moral!

Uma das colegas trancou a disciplina na metade. Visivelmente fragilizada, ela me olhou com uma expressão de vulnerabilidade que não sou capaz de descrever e disse “ela (a professora) disse coisas que não consigo repetir... Só... Só de pensar, sinto vontade de chorar”. A segunda colega me ligou dizendo que seu professor desqualificou todos os trabalhos apresentados durante uma sessão de seminários da maneira mais destrutiva que ele podia. Uma aluna saiu da sala chorando.

Nós naturalizamos a violência e a sujeição. E digo isso olhando para fora da universidade, para o nosso dia a dia. Nós nos acostumamos com a companhia do medo constante ao andar pelas ruas de Fortaleza e com a ideia de que um boletim de ocorrência não tem efeito nenhum. Prova disso é que os casos de assalto dentro dos campi da UECE em Fortaleza possuem alto índice de subnotificação, ou seja, alto índice de vítimas que não registram a ocorrência (fato mencionado pelo atual reitor em entrevista a este mesmo blog). Dentro da universidade, no Curso de Letras especificamente, tenho a sensação de que essa cultura reverbera. “Ele pode me marcar”, “não posso perder essa cadeira”, “ela me reprovaria”, “não aconteceria nada com ela” e "isso não é tão grave quanto parece" são as respostas que mais ouvi em todos os relatos de assédio moral de que tive conhecimento. 

Paralisados pelo senso de hierarquia ou conformados com a ineficiência da Ouvidoria da universidade, os estudantes engolem as humilhações e “sobrevivem” a disciplinas que não os preparam teoricamente mais do que os fragilizam emocionalmente. Então, no começo de cada semestre, grupos no Facebook explodem de comentários que perguntam “como é (didaticamente) professor fulano?” ou “quem é o professor da disciplina tal?”. Quem pensa que todos que fazem tais comentários (apenas) procuram por metodologias leves, esquece-se de que boa parte deles procuram por professores minimamente civilizados. Já para quem não entende o conceito de empatia, preciso dizer que querer ser tratado como gente está longe de ser “frescura”.

E não me entendam mal! Assim como sei que esta não é uma realidade apenas “da Letras”, também sei que nosso curso tem mais professores transformadores do que violentos a oferecer. Prestes a sair da graduação, não consigo fazer caber neste texto as contribuições teóricas, metodológicas, profissionais e humanas que muitos dos professores por quem passei me ofereceram. No entanto, acredito que uma graduação, especialmente em nossa área, não pode ser uma loteria em que, quando menos sortudos, esbarramos com alguém que nos levará aonde a violência linguística mais nos leva: a um não lugar (sugiro conferir SILVA e ALENCAR, sobre violência na linguagem). É preciso, com ênfase nas modalidades de licenciatura, que os professores que são formados na universidade cheguem em suas salas de aula com a consciência de que gritar, ofender e/ou ridicularizar um estudante (ou quem quer que seja) é, além de crime, desumano, desnecessário e antididático. Se você não quer estar em sala de aula, não esteja!

Denunciar esses casos pode ser o melhor que você faz por todos os outros estudantes que também passarão pelo que você passou caso a atenção desse professor ou dessa professora não seja realmente chamada. Ao estilo Bela Gil, você pode trocar a piada “quantos alunos ele vai fazer chorar este semestre? ” por “quantas pessoas conseguimos mobilizar pra dar visibilidade a esses casos de truculência?”


Ao entrar no sistema da Ouvidoria, que possui uma plataforma on-line em que as queixas podem ser registradas de forma anônima (clique aqui para acessar), o denunciante inicia um trâmite interno na universidade. Ao registrar a denúncia, selecione o órgão “Fundação Universidade Estadual do Ceará”. A ocorrência terá de ser respondida em até 15 dias, com possível prorrogação para mais 15 dias. Sugiro, ainda, no caso de seu centro acadêmico ter gestão, que a denúncia seja comunicada à entidade. O CA participa das reuniões de colegiado do curso como representação estudantil e pode solicitar a inclusão da ocorrência na pauta de uma das reuniões. Casos de retaliação, como aqueles em que o professor chega em sala dizendo “fiquei sabendo que alunos me denunciaram...” também devem ser notificados. Em casos comprovadamente mais extremos, o movimento estudantil dispõe de métodos de manifestação, como protesto, abaixo-assinado, carta aberta e afins. Além dessas medidas de caráter administrativo e político, também é possível apelar para ações judiciais, que ficam para outro texto.

Vamos debater, quer seja no campo de comentários, quer seja nos pátios da UECE (não sou difícil de encontrar)! Destacando que, embora eu tenha feito um recorte (como todo texto faz), não estou desconsiderando casos de assédio moral vertical ascendente (de alunos contra professores), encerro este texto com a esperança de que o assédio moral em nosso curso deixe de ser tabu. Na verdade, com a esperança de que ele deixe cada vez mais de ser realidade.

Leituras recomendadas:
Assédio moral na universidade: um estudo de caso em Pernambuco
Assédio moral: uma violência sem flagrantes
O assédio moral no âmbito acadêmico e suas implicações legais
A propósito da violência na linguagem
Aluna ofendida por professor receberá indenização de universidade federal



Os textos assinados e os pensamento expressados neles são de inteira responsabilidade de seus autores e não necessariamente representam a opinião do blog Letras Na UECE.

Dawton Valentim, "o menino do blog", é, por ainda algumas semanas, estudante do Curso de Letras (Português) da Universidade Estadual do Ceará. Ao longo da graduação, atuou como vice-diretor do Centro Acadêmico de Letras Jáder de Carvalho, como auxiliar administrativo na secretaria do Curso de Letras e como bolsista de iniciação científica, além de ter se metido num monte de projeto massa. Crônico por natureza, faz 97coisasaomesmotempo e ama dizer que o afeto é que move montanhas.


___________________
Quer ficar por dentro de tudo o que é publicado em nosso blog? Nos acompanhe por e-mail, assinando nossa newsletter ou nos acompanhando no Telegram (@LetrasUECE).

Digite seu endereço de e-mail:

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Lista de possíveis concludentes 2016.1

Imagem: Google Imagens
A Coordenação do Curso de Letras e o Departamento de Ensino e Graduação - DEG socializam a lista de prováveis concludentes do semestre 2016.1. A Coordenação alerta que esta não é a versão mais atualizada, com relação às informações de ausências de documentação ou de atividades complementares. Aos estudantes que estiverem na situação "NÃO COLA" indevidamente, recomenda-se procurar Ana Lopes, no DEG.


A colação de grau já consta no calendário acadêmico da UECE: 10 de fevereiro de 2017. Mais informações quanto a horários e procedimentos deverão ser divulgados mais próximo da data.


LISTA DE PROVÁVEIS CONCLUDENTES





___________________
Quer ficar por dentro de tudo o que é publicado em nosso blog? Nos acompanhe por e-mail, assinando nossa newsletter ou nos acompanhando no Telegram (@LetrasUECE).
Digite seu endereço de e-mail:

sábado, 3 de dezembro de 2016

Especialização em Ensino de Língua Portuguesa abre inscrições

A Especialização em Ensino de Língua Portuguesa, do Centro de Humanidades da Universidade Estadual do Ceará (CH/UECE), publicou edital de inscrição para sua nova turma, a ser iniciada em abril de 2017 com previsão de conclusão em agosto de 2018. São 40 vagas cujo público-alvo são graduados em Letras e cursos afins. A especialização tem como objetivos "propiciar novos conhecimentos teóricos-metodológicos da Linguística moderna; aplicar as propostas da Linguística à descrição e ao ensino de Língua Portuguesa; levar os alunos à percepção dos conhecimentos teórico-metodológicos da Linguística moderna e à aplicação prática docente; estimular uma postura crítico-reflexiva frente ao cotidiano da sala de aula".

As aulas do curso são aos sábados, de 8h ao meio-dia, com aulas também às manhãs das sextas-feiras, nos meses de janeiro e julho. A Especialização em Ensino de Língua Portuguesa possui dez disciplinas, a saber: Teorias Linguísticas, Psicolinguística e Ensino, Sociolinguística e Ensino, Linguística textual e ensino, Ensino de análise linguística, Ensino de compreensão de textos, Ensino de produção de textos, O texto literário nos Ensinos Fundamental e Médio, Pesquisa em Linguística, Metodologia e Didática do Ensino Superior.

Os interessados deverão efetuar inscrição no CH, Campus Fátima, as segundas, quartas e sextas-feiras, das 14h às 18h, e aos sábados, das 8h às 12h.



Mais informações: elpchuece(@)gmail.com ou pelo telefone: (85) 9 8503-5777 / 98898-3877 / 98590-3904 / 3101-2030 (Ramal 218)




Datas importantes:
01/12/2016 - Divulgação do Edital 23/2016
02/12/2016 - Início das inscrições
31/01/2017 - Último dia para inscrições
04/02/2017 - Seleção
10/02/2017 - Divulgação dos resultados
25/03/2017 - Aula inaugural
01/04/2017 - Início do curso



___________________
Quer ficar por dentro de tudo o que é publicado em nosso blog? Nos acompanhe por e-mail, assinando nossa newsletter ou nos acompanhando no Telegram (@LetrasUECE).
Digite seu endereço de e-mail: