11/04/2016 - Fortaleza
Na manhã do dia 11 de abril, o Blog Letras Na UECE entrevistou o Prof. João Batista Carvalho (foto), atual Vice-Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Educação da UECE e candidato à reitoria 2016-2020 pela chapa Unir para Renovar. Em cerca de quarenta minutos de conversa, falamos sobre o crescimento da universidade, sobre a insegurança nos campi da UECE, sobre a crise política interna do Centro de Humanidades, sobre a estrutura física da universidade e sobre vários outros assuntos que estão, agora, totalmente disponíveis, na íntegra.
A consulta pública para saber quem é o candidato à Reitoria que possui o apoio da maioria da comunidade acontece terça-feira, 12 de abril.
Além da íntegra da conversa que tivemos, a seguir, fazemos uma síntese das perguntas e das respostas que foram realizadas durante a conversa com o Prof. João Batista.
A conversa com o professor João Batista começou com um questionamento acerca do modelo de gestão que a chapa Unir Para Renovar afirma que a Universidade Estadual do Ceará precisa. Segundo a chapa, a UECE carece de uma liderança que "não se enclausure em seu gabinete" e que seja "mais transparente".
"Nós pretendemos, semestralmente, fazer visitas de trabalho a todos os centros, faculdades, institutos superiores, os departamentos administrativos e ao movimento estudantil, para estabelecer diálogo de modo a identificar os problemas, construir soluções conjuntamente e prestar contas (...) porque é importante garantir a transparência".O professor acredita, sem ignorar a estrutura administrativa hierárquica, com coordenações, direções e pró-reitorias, que é possível para quem estiver a frente da Reitoria, estar mais próximo da comunidade, de seus problemas e de seus espaços de fala. Sobre o crescimento da UECE, registrado em indicadores nacionais e internacionais, segundo a chapa 1, o professor João Batista não concorda com a atual administração quando ela afirma que há uma má leitura das estatísticas.
"Mesmo a UECE se mantendo ainda como, segundo afirma a atual administração, a melhor estadual do Nordeste, do Centro-Oeste e do Norte, em relação ao Brasil e em relação ao mundo, ela tem caído em termos de qualidade medidos por esses indicadores que analisam vários aspectos da vida acadêmica, como o ensino, a pesquisa, a internacionalização, as atividades de extensão. É importante que nós tenhamos a leitura de por que isso está acontecendo".O professor ainda afirma que seu plano de atuação prevê o fortalecimento dos cursos de graduação a fim de fortalecer, diretamente, os cursos de pós-graduação. "Precisamos sempre pensar de modo sistêmico e de modo integrado a fim de que consigamos que essas ações gerem a renovação que nós tanto estamos almejando", declara.
No site da campanha, a Chapa 1 afirma que pretende "aperfeiçoar as maneiras de ingresso na universidade". Perguntado como esse aperfeiçoamento aconteceria, diante do atual cenário em que a UECE recebe alunos por meio dos sistemas SISU, ENEM e Cotas e por meio do vestibular tradicional, o professor afirma que é preciso "revisar o modelo que hoje já existe para vermos como podemos aperfeiçoá-lo". O candidato afirma que os aperfeiçoamentos intentam ampliar a acessibilidade dos métodos de ingresso.
No assunto da segurança, em resposta à mesma pergunta que foi feita à chapa concorrente, Batista é taxativo: "Não dá pra você trabalhar ou estudar em um local em que você não se sinta seguro".
"O problema não é só aqui em Fortaleza. Há relatos (de insegurança) também no interior. Nós precisamos tomar uma medida para garantir a segurança para a comunidade ueceana. (...) A própria reitoria precisa tomar uma medida. Nós entendemos que são necessárias duas grandes linhas de ação: uma de natureza interna, aumentando o efetivo dos agentes de segurança (...) e formá-los para agir no ambiente universitário, que é diferente; (...) uma linha de ação externa será a atuação da universidade de forma mais próxima às próprias comunidades que estão ao redor da UECE. Nós precisamos entender que a universidade é do povo cearense e essa população precisa também abraçar a universidade e entendê-la como sua, defendê-la.Questionado sobre uma possível carência de autonomia da universidade para tomar medidas próprias de melhoria da segurança, o professor afirmou que o uso consciente e transparente dos recursos da UECE e a participação em editais públicos destinados para a obtenção de outros recursos são métodos previstos pela chapa. Diante da pergunta da estudante Dani Cardoso, João Batista afirmou que a adaptação da UECE para ser mais acessível é imprescindível e vai além do físico, precisa acontecer, também, pedagogicamente:
"Temos que pensar na acessibilidade pedagógica, ou seja, como adaptar nossos métodos de ensino para que as pessoas com deficiência tenham um suporte pedagógico para poderem realizar sua formação na UECE com qualidade e igual aos outros que não têm a mesma deficiência".Quando o assunto da crise política interna do Centro de Humanidades surgiu, o professor foi taxativo e defendeu que a crise aconteceu por "distanciamento da atual administração". "Se fosse eu o gestor, ela (a crise) não teria acontecido! Porque a gestão estará presente em todos os centros e faculdades. Eu tenho relatos do sentimento de abandono expressado por várias pessoas do Centro de Humanidades em relação à atual administração. Isso só aconteceu porque existe esse distanciamento e os problemas que foram surgindo no CH não foram, na época, devidamente observados pela administração superior da universidade", defende Batista.
O professor acredita no fortalecimento dos conselhos e colegiados, mas também defende a importância da presença da administração superior. Ainda sobre o tema, perguntamos ao professor como ele reage aos boatos de que estaria contando com o apoio do professor Eduardo Triandópolis, Vice-Diretor do Centro de Humanidades, insinuado por uma página de humor, na internet:
"Durante uma campanha surgem muitos boatos maldosos. Eu gostaria de dizer que todos os professores, servidores e estudantes da UECE são muito bem-vindos a apoiar nossa chapa, porque se queremos fazer uma renovação, precisamos, primeiro, ganhar a eleição. Professor Eduardo Triandópolis ou qualquer outro professor tem todo o direito de votar na gente. Agora, estão deturpando o voto do professor! Estão dizendo que ele será o meu Pró-Reitor de Graduação. Eu quero deixar muito claro para todos os ouvintes, todos que leem o blog, que eu não assumi compromisso nenhum com ninguém que esteja, nesse momento, me apoiando ou votado em mim, seja de forma mais declarada seja sem estar declarado".O professor vai além e afirma que "existem interesses que a nossa chapa não tenha o apoio dentro do CH e para isso estão usando esse boato maldoso que eu já tenho um Pró-Reitor de Graduação e que seria o professor Eduardo. Isso é mentira! Nós não temos, hoje, nenhum Pró-Reitor, nenhum cargo". Batista diz que sua equipe de gestão será montada, primeiramente, considerando o perfil das pessoas para cada área de atuação. "Estamos comprometidos, em primeiro lugar, com a universidade!", enfatiza.
"Associam a nossa imagem a um movimento de extrema direita, o que é um absurdo. Se nosso modelo de gestão é um modelo participativo, vai totalmente contra qualquer ideologia de direita que hoje, infelizmente, está aí nesses movimentos de nível nacional".A entrevista foi encerrada com a reafirmação do compromisso da chapa em ser mais presente, especialmente com o movimento estudantil.
Evidentemente, recomendamos a audição da entrevista em sua íntegra, uma vez que cortes naturais foram feitos para a construção da síntese da conversa que tivemos com o professor João Batista Carvalho. Se você gostou desse formato de produção de conteúdo, não deixe de se manifestar! Curta, comente e compartilhe!
Letras Na UECE
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