Por Danielle Cardoso
08/06/2016 - Fortaleza
Oi, gente! Tudo bem? Desde já, quero agradecer o feedback maravilhoso que recebo a cada texto publicado, o que me dá mais força para continuar escrevendo. Gratidão! Até agora, falei dos desafios que enfrento para estudar, trabalhar, viver enfim. Hoje, quero compartilhar um pouco daquilo que me motiva a lutar todos os dias por um mundo melhor. Vamos lá?!
Desde que entrei na UECE, tive que dobrar minhas forças para não desistir. Como vocês já puderam perceber, não foi e não é nada fácil estar na UECE, ser a única cadeirante do Centro de Humanidades e enfrentar coisas que parecem surreais de tão inacreditáveis que são. Ao passar no vestibular, eu meio que já imaginava que minha vida seria muito complicada, a partir daquele momento, por isso, quis recuar, decidi não fazer minha matrícula, mas existem seres humanos que são verdadeiros anjos na nossa vida.
Além da força que meus amigos me deram, também recebi muito apoio do diretor da escola onde eu estudava na época (ressalto que sou oriunda de escola pública e tenho muito orgulho disso). Essa pessoa maravilhosa, inclusive, é, em parte, o culpado por eu estar no sétimo semestre do Curso de Letras. Ele nunca desistiu de mim, sempre me incentivou muito a estudar, a prestar vestibular e quase me obrigou a fazer minha matrícula, inclusive me acompanhando, no dia em que fui chamada, e me ajudando pelo tempo que pôde no meu processo de transição e adaptação na UECE.
E não foi só ele, não. Meus professores do ensino médio me apoiaram muito também. Penso que verdadeiros professores são heróis, porque podem mudar a vida de seus alunos. Com todo o apoio, não teve como desistir do meu sonho de ser universitária. De lá para cá, abracei uma luta contra o preconceito e em prol de acessibilidade e de inclusão que não tem fim e requer força e coragem.
Tendo toda uma história de perseverança, irrito-me ao ver pessoas reclamando por problemas pequenos, pessoas que se dizem arrependidas de terem nascido por não terem uma vida dentro dos padrões convencionais de normalidade. A vaidade exacerbada tem deixado pessoas lindas extremamente feias e tristes. Meninas têm que ser magras, têm que ter namorado e as que não têm ficam depressivas. Rapazes têm de “pegar todas”, se não são menosprezados pela sociedade.
É complicado olhar para o lado e perceber que a vida não acabou porque você amanheceu com dor de cabeça. Não estou querendo diminuir os problemas de ninguém, não conheço a realidade de quem está lendo este texto. Só quero repassar o que minha mãe me ensinou muito bem: ou você escolhe ser feliz, apesar de tudo, ou você é triste. No meu caso, mesmo tendo tudo para nem sair de casa - afinal não ando, não falo normalmente, tenho poucos amigos, não tenho namorado nem nunca tive a atenção de um pai -, escolhi ser feliz e isso fez toda a diferença na minha vida.
Graças a isso e ao amor sem medidas de minha mãe, hoje, sou universitária, estagiária, palestrante e colunista. Já pensou se eu tivesse escolhido a outra opção? Se consegui tudo isso, não há desculpas para pessoas acharem que não são capazes. Se você, por acaso, está desanimado(a) com alguma coisa, reflita e perceba que existem situações bem mais difíceis que a sua. Se esse não é seu caso, veja se você pode doar um pouco do seu tempo para ouvir e entender alguém. Isso é tão enriquecedor, vocês nem imaginam!
Você tem saúde? Se sim, agradeça e vá à luta! Reclamações não resolvem problemas! Espero que você se inspire neste texto e seja uma pessoa melhor a cada dia. Não deixe de acompanhar nossa coluna! Leia, comente e compartilhe, sua opinião e participação são muito importantes para mim. Na próxima, vou falar de falta de reconhecimento no trabalho. Já passou por isso? Acompanhe e até lá!
Sou Danielle Cardoso, graduanda do curso de Letras Português – Bacharelado da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e estagiária do Laboratório de Inclusão da Secretaria do Trabalho e do Desenvolvimento Social (STDS). Sou cadeirante, pois tive Paralisia Cerebral ao nascer, o que afetou meus movimentos e minha dicção, mas não minha vontade de vencer.
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